Texto e foto: Ãlvaro Perazzoli
Ela quer se libertar.
Quer sentir o vento bagunçar seu cabelo enquanto corre livre por um campo de um paÃs qualquer…
Ah, ela quer o sabor doce do silêncio ao invés de palavras duras que a impeçam de flutuar.
Quer gritar porque tem vontade, quer chorar por motivo algum e quer sorrir sem propósito.
Ela quer ser livre, livrar-se e viver.
Ela é tão incrivelmente bela pelo simples fato de querer ser tão ela.
Quer mesmo ser um reflexo de tudo que a faz sorrir.
E como ela quer…
Ela quer chá, quer uvas, quer vinho, quer amor e quer prazer.
Ela quer que todos os dias sejam como eram em 66…
Quer polÃtica, quer justiça, quer verdades, quer ver a semente cultivada dentro de si tornar-se o seu amanhã.
Ela não quer ter medo, ela quer a esperança, a vontade, o desejo.
Quer um domingo cinza com bolachas, filmes e cobertor. Quer também uma noite de sábado com álcool e amor.
Ela quer que a devorem como uma presa para ser tão arisca como uma tigresa.
Quer a noite, quer o dia, quer os feriados, quer a lua e quer ficar nua.
Quer ter tantas possibilidades e quer um amor que supere todas as grades.
Sublime como pés nus que dançam no asfalto, ela é destemida como a águia que voa mais alto.
E quanta força a tem.
Felina! Ela carrega tantas bagagens que se tornou mulher antes mesmo de ser menina.
Eu?!
Eu quero arrancar todas as portas, janelas e grades da minha casa para que ela saia e volte quando quiser…


