O quartinho

Postado no dia: 20 de July de 2015 por Ãlvaro Perazzoli em Literatura, Poemas, Poesia

Texto e foto: Ãlvaro Perazzoli

Angélicas, Verônicas, Magnólias, Camélias, Jasmines e Jaquelines.

No seu pequeno quarto descobri o quanto posso ser grande.

Fração de espaço minúscula, como o mundo do príncipe que viaja em um cometa.

Nas suas galáxias de cheiros e constelações de chocolates, rego uma rosa.

Uvas engarrafadas dos campos que nunca pisei imploram para serem soltas.

Sou Júlio Verne e Crusoé discutindo no cruzeiro de São Thomé.

Ah essas paredes que nos libertam de tanto que nos espremem.

Feche essa porta, assassine a luz amarela e dê vida a vermelha.

Cale meus olhos, dance com meu dorso e torture a minha imaginação.

Faça poesia com o sangue nas minhas costas e se aqueça com o fogo da minha angústia.

Luxuosos, suntuosos, gigantescos e pitorescos.

Naveguei por muitos quartos e somente no seu não há espaço para nenhum outro.

É o menor de todos e o que menos coisas têm, é verdade.

Mas é o único que decidi morar…

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