Por: Álvaro Perazzoli
O livro A imprensa e o dever da liberdade de Eugênio Bucci é uma obra crítica sobre o jornalismo lançada em 2009 pela Editora Contexto. Nascido em 1958 na cidade de Ortolândia, SP, o autor é jornalista e professor doutor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA – USP).
Em sua carreira Eugênio foi presidente da Radiobras. (2003 – 2007), secretário editorial da Editora Abril (1996-2001) e foi autor e participou de vários livros sobre comunicação. Atualmente escreve no Caderno 2 do Jornal O Estado de S. Paulo, é colunista do portal Observatório da Imprensa, e integra o conselho curador da TV Cultura de São Paulo.
A obra possuí 144 páginas e é dividida em seis capítulos, um sumário, créditos, bibliografia e um pequeno resumo sobre o perfil do autor.
O sumário é um tanto repetitivo e enfadonho. Eugênio por diversas vezes martela as palavras liberdade e independência que às vezes remetem em justificar o livro.
O segundo capítulo, … e o jornalismo virou show business é uma crítica ferrenha, feroz e totalmente lúcida ao jornalismo cultural praticado no Brasil, que para o autor é uma espécie de sucursal das assessorias de comunicação das produtoras de cinema.
No terceiro capítulo Informação e Guerra a serviço do Espetáculo é feita uma crítica a espetacularização da informação que está transformando os telejornais em verdadeiros “reality shows”. Usa o exemplo das Torres Gêmeas destruídas em 11 de setembro de 2001 por um suposto atentado terrorista contra os EUA. O fato foi veiculado de forma exaustiva por diversos telejornais do mundo. De acordo com Eugênio, a notícia e a informação foram postas de lado para darem lugar ao sensacionalismo a serviço da audiência através do show de horror proporcionados pelo fato e principalmente, pelas imagens do fato.
Outro capítulo com uma abordagem interessante foi o quarto, Jornalista e Assessores de Imprensa: profissões diferentes, códigos de ética diferentes. O título por si só é demasiadamente polêmico, mas com uma visão corajosa e uma postura firme, o jornalista coloca as diferenças entre as duas profissões de forma clara, objetiva e respeitosa. Defende a importância das duas profissões, mas define que elas precisam ser tratadas de forma separada e feitas por profissionais distintos. Por uma questão de ética, por uma questão de valorização dos valores do jornalismo e dos objetivos da assessoria de imprensa.
Nos capítulos finais, Eugênio Bucci reforça os valores sobre a liberdade da informação e a busca da independência do jornalista e dos veículos de comunicação. Em alguns momentos se torna um tanto romântico no método de defesa desses valores na atual sociedade da informação. Mas de forma célebre, pontua perfeitamente sobre o distanciamento da imprensa em relação aos interesses do governo e dos movimentos sociais.
Conclui que para uma imprensa ser livre ela não deve ter inferência do governo. Finaliza dizendo que a real democracia e sua manutenção depende do jornalismo ético e livre.
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http://www.editoracontexto.com.br/produtos.asp?cod=438
Fonte da Imagem: Editora Contexto.

