Texto: Álvaro Perazzoli
Imagem: Reprodução / Alphaville (Jean Luc Godard)
Comecei então a ouvir aquela Marisa com aqueles Paralamas, diziam eles sobre um tal amor que não pode mais esperar.
Ouvi também o espelho cristalino de Alceu dizer sobre uma grande esperança na cidade onde o povo desaprendeu a amar.
Às vezes peço que a vida dê-me a morte do que ter que viver como um cadáver neste cemitério que chamam de lar.
Então por vezes fico inquieto e questiono se Alphaville é um bairro ou se vivemos aqui a grandiosa obra de Godard.
Caminho como um garimpeiro, procurando em cada esquina um sorriso que não escute o chamado de dormir do luar.
E quando encontro um diamante ou uma pérola entre as lixeiras e esgotos, o relógio grita que eu preciso acordar…